Henrique Raposo é um provocador nato que gosta de desmontar
os lugares-comuns que considera circularem entre a elite (sobretudo a de
esquerda) da III República. Na sua História
Politicamente Incorrecta do Portugal Contemporâneo (Guerra e Paz, 2013),
Raposo pretende ser “um mero recolector de factos incómodos” (p. 13), mas a
obra é bem mais um ensaio político (de qualidade e pertinência inegáveis) que
um livro de história. Na verdade, os factos apresentados pelo autor sobre temas
como as relações entre Estado Novo e Igreja Católica, a participação portuguesa
nas primeiras décadas da construção europeia, o desenvolvimento económico dos “trinta
gloriosos” ou as posições colonialistas do republicanismo estão longe de ser
novidade. De resto, Raposo destaca na bibliografia a influência de autores como
Rui Ramos, através da História de Portugal
por este coordenada e dos ensaios do historiador reunidos em Outra Opinião (O Independente, 2004).
São numerosas as referências bibliográficas a artigos de investigação publicados
na Análise Social, o que indicia a qualidade
científica e diversidade temática da revista e dos livros editados pelo ICS.
Por outro lado, historiadores como Fernando Rosas e Raquel Varela estão,
obviamente, ausentes da bibliografia consultada por Raposo.
Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Nos momentos difíceis agimos por si
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