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domingo, 21 de abril de 2013

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Está em exibição o quinto Scary Movie, agora sem Anna Faris. Apesar do sucesso de bilheteira, o entusiasmo provocado pela série tornou-se geralmente nulo há muito tempo, à medida que se sucediam as sequelas vazias de ideias. No entanto, quando surgiu o primeiro Scary Movie, dos irmãos Wayans, o tipo de humor usado parecia pouco comum até então, ultrapassando, na ousadia e mau gosto, as comédias dos Farrelly (Doidos à Solta, Doidos por Mary). Foi nesse contexto que, em 15 de Outubro de 2000, ao ver Scary Movie no Monumental (Lisboa), assisti a um episódio nunca igualado de histeria colectiva numa sala de cinema. A causa foi esta cena de sexo, em especial o clímax final, que estimulou fortemente o público daquela sessão. Risos, gritos, comentários em voz alta e pessoas a levantarem-se das cadeiras criaram um cenário de motim que só quem lá esteve pode compreender. Possivelmente, a força do esperma produziu desde então efeitos semelhantes de hilariedade entre outros espectadores do filme, mas o ambiente de algazarra geral no escuro do cinema é difícil de replicar.

A partir daí, as paródias cinéfilas (geralmente filmes com “movie” no título e não mais de hora e meia de duração) e o humor rasteiro banalizaram-se, o que levou à perda do efeito surpresa que existia em Outubro de 2000. Dois dos argumentistas do primeiro Scary Movie, Aaron Seltzer e Jason Friedberg, passaram à realização e criaram uma filmografia coerente (ao nível da falta de piada e inteligência), tendo actualmente mais duas obras do género spoof por estrear.

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