Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O caminho é sinuoso, mas o futuro é luminoso

Pela segunda vez, o historiador João Paulo Oliveira e Costa, um benfiquista crente em Deus e no amor, aventura-se na escrita de ficção. O Fio do Tempo (Temas e Debates/Círculo de Leitores, 2011) sucede a O Império dos Pardais, com o qual tem numerosas ligações. O século XV é abordado através da longa vida do fidalgo D. Álvaro de Ataíde, envolvido em numerosas viagens pela Europa e por África. 

Uma das maiores curiosidades que o lançamento de O Fio do Tempo provocou entre os leitores foi a de saber se o autor voltaria a fazer, pelo meio das andanças das personagens, referências mais ou menos subtis ao futebol e em particular ao Benfica. Existe uma metáfora sobre águias, mas relativa a Portugal, que com a conquista de Ceuta deu o seu “primeiro voo” fora da Península Ibérica (p. 29). Num torneio, D. Álvaro de Ataíde derrota um adversário vestido de verde e branco (p. 32). Um dos amigos de Ataíde, Pedro Francês, tem gravado no escudo com que combate “o seu animal favorito, a águia” (p. 69). De resto, surgem apenas novos paralelismos com o jogo de bola praticado no século XV, inclusive por monges, o que era considerado condenável (p. 311).

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