Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Tenho a cultura média de um europeu

Uma particularidade da língua portuguesa é a utilização frequente dos artigos a/o antes dos nomes de pessoas, num sinal de informalidade do discurso ou de familiaridade com aqueles a que se alude. Em dadas circunstâncias, pode também indicar um certo desprezo pelos indivíduos em questão, sobretudo quando se fala de políticos ou outras celebridades. De uma forma geral (nos casos de crianças e animais, o seu uso é mais comum), a linguagem escrita evita essa forma de tratamento, nomeadamente em textos científicos ou jornalísticos. Os órgãos noticiosos, na imprensa, na Internet ou noutros meios, não podem referir-se às pessoas que citam como “o” ou “a” Fulano/a. Quando tal acontece, deve-se a lapso (ou não?) de quem escreve ou revê o texto informativo. No entanto, esta situação é bastante comum, como se pode ver nos seguintes exemplos:

“O Governo de Obama pediu ainda ao regime do Assad (…)” www.publico.pt , 28-08-11
“Recordamos que este é o segundo casamento da cineasta (Sofia Coppola), que esteve unida em matrimónio de 1999 a 2003 com o Spike Jonze (…)” www.c7nema.net, 28-08-11
“A ausência de Rui Pedro foi dada pelas 18.30 quando o Manuel Mendonça foi informado que o filho faltou à explicação.” Diário de Notícias, 30-08-11
“Frederico Pombares (…) escreveu stand-up para Marco Horácio e o Bruno Nogueira (…).” Visão, 06-10-11
“O artigo (do Avante!), assinado pelo Jorge Messias (…).” Público, 04-11-11
“A Académica chega ao golo aos 63 minutos, com o Marinho a surgir no momento certo (…)” desporto.sapo.pt, 19-11-11

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