O terceiro filme de Richard Kelly, Presente de Morte (talvez The Box não tenha sido traduzido para A Caixa devido ao filme de Manoel de Oliveira com esse título), parte de uma premissa semelhante à do livro O Mandarim, de Eça de Queirós (a possibilidade de matar um desconhecido através de um simples gesto e assim receber uma fortuna), mas não chega a explorar convenientemente a questão dos remorsos posteriores ao acto consumado. A história prossegue um caminho de bizarria e mistério, já nosso conhecido do filme de 2001 que catapultou Kelly para a fama, e chega a intrigar pela incerteza sobre o que virá a seguir. Mais ou menos a partir da canção Fearless, dos Pink Floyd, a falta de nexo e o surrealismo das cenas atingem um ponto que destrói qualquer interesse. Salva-se a presença (e a voz) inquietante de Frank Langella, enquanto Cameron Diaz e James Marsden não passam do razoável. Em relação a Donnie Darko, Kelly manteve a capacidade de surpreender o espectador, mas as de atrair, estimular e questionar ficaram pelo caminho.
P.S. A Junta de Freguesia de Odivelas anunciou a realização das Festas da Cidade (indicando mesmo vários nomes de artistas), mas, logo a seguir, um comunicado lacónico revelou que este ano nada acontecerá no recinto da Feira do Silvado, onde as estruturas tinham já começado a ser montadas. Soube-se depois que o cancelamento foi provocado por irregularidades cometidas pela Junta na escolha da empresa à qual foi atribuída a organização do evento. A JFO também divulgou que a mensal Feira de Antiguidades e Velharias ocorreria hoje junto ao Rio da Costa, sem que nada viesse a aparecer na área indicada. Começa a ser definido aqui um padrão.
Sem comentários:
Enviar um comentário