Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

terça-feira, 5 de junho de 2012

O alferes não queria, não queria estar ali


A obra “El Portugués” – Parte II (Livros d’Hoje, 2012) terá começado quando Paulo Futre disse à editora Maria João Costa: “Sócia, só as histórias que tenho de Saltillo davam para fazer outro livro”. Surgiu assim o projecto de Futre e o jornalista Luís Aguilar prosseguirem o esforço iniciado no best-seller “El Portugués” e dedicarem o novo volume à carreira do futebolista montijense na selecção (“seleção” no livro, excepto na capa) nacional, a propósito do Euro 2012. Os acontecimentos relacionados com a participação portuguesa no Mundial de 1986, disputado no México, assumem particular relevância na obra.

Já muito foi escrito sobre Saltillo, existindo relatos de jornalistas como Vítor Serpa e Marinho Neves. No entanto, a história é contada pela primeira vez por um dos jogadores que se revoltaram contra Silva Resende e a sua Federação. Na perspectiva de Futre, as posições tomadas pelos “Infantes” denunciaram a incompetência e o amadorismo da FPF, permitindo que o funcionamento desta melhorasse de modo a criar condições para os êxitos da selecção ocorridos nas décadas seguintes. Indo mais atrás, o novo livro de Futre e Aguilar retrata as clivagens surgidas em 1984 no seio do misto federativo devido à rivalidade entre Benfica e FC Porto.  

Claro que parte do interesse de “El Portugués” – Parte II está nas cenas de sexo e nas inúmeras histórias insólitas que Futre tem para contar. Com as suas capacidades para a malandragem, o futebolista (actualmente "Empresário e personalidade do mundo do entretenimento", segundo O Jogo) poderia, caso tivesse seguido uma carreira no crime, ser um óptimo chefe de quadrilha.

Sem comentários:

Enviar um comentário