Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Um safanão a tempo nestes rapazes



No suplemento Atual do Expresso de 22 de Setembro, Pedro Mexia assina uma crítica ao novo livro de Mário de Carvalho, O Varandim seguido de Ocaso em Carvangel (Porto Editora, 2012). Apreciador da escrita de Carvalho, Mexia atribui quatro estrelas (mantém-se polémica a classificação da qualidade dos livros pela crítica com um valor numérico, já abandonada pela revista Ler) às duas novelas reunidas no volume. No entanto, o recenseador poderia ter evitado revelar, no seu resumo das narrativas, os finais de cada uma delas. Quando encontrei a crítica, já tinha acabado a leitura de O Varandim seguido de Ocaso em Carvangel, mas o que terá acontecido àqueles que se interessam pela obra de Carvalho e contactaram com a prosa de Mexia antes de comprarem e lerem o livro recenseado? A opção dispensável de Mexia prejudicou os leitores desprevenidos. Se o objecto de análise fosse um filme, dificilmente o crítico revelaria o desfecho do argumento e, caso fosse necessário, pelo menos recorreria à expressão “Spoiler” antes de abordar o assunto. Nas referidas novelas de Mário de Carvalho, a conclusão não é algo do género “e viveram felizes para sempre”, beneficiando da capacidade de chocar ou surpreender que o autor tão bem sabe manejar. Se quiserem saber como terminam O Varandim e Ocaso em Carvangel, leiam a obra, não perguntem a Pedro Mexia.

1 comentário:

  1. Caro Pedro Serra, tem toda a razão. Quando terminei o texto, e vendo que tinha optado por «revelar» o final, pensei em anunciar «spoiler», ou qualquer coisa do género, como fazem nas críticas de cinema, mas na revisão do texto acabei por deixar cair isso, e fiz mal. Obrigado pelo seu comentário. Pedro Mexia

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