Rui Zink (autor de
obras publicadas por editoras como Asa, Celta, Europa-América, Dom Quixote,
Relógio d’Água, Notícias, Almedina, Porto Editora, Círculo de Leitores,
Teorema, Quasi, Planeta ou Teodolito) procura em A Instalação do Medo (Teodolito, 2012) reflectir o “espírito do
tempo”, recorrendo a fontes como os jornais e a Internet. Nesta novela (ou
romance? Ou peça de teatro? Ou um pouco de tudo?), a linguagem é analisada nos
seus componentes essenciais, de forma a enumerar o léxico associado a uma
determinada orientação ideológica difundida pelos “agentes do medo” (qualquer
corrente política possui, é claro, as suas palavras de estimação). O discurso e
os seus efeitos práticos são denunciados por Zink a partir de um registo
surreal e por isso mesmo tão realista.
A Instalação do Medo é um livro
político (?) de formato prático que nos permite transportá-lo sempre nas nossas
malas e gritar passagens em manifestações. Ou então apenas uma exposição do
eterno e avassalador poder do medo.
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