Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

sábado, 10 de novembro de 2012

Pão a cozer, menino a ler



Rui Zink (autor de obras publicadas por editoras como Asa, Celta, Europa-América, Dom Quixote, Relógio d’Água, Notícias, Almedina, Porto Editora, Círculo de Leitores, Teorema, Quasi, Planeta ou Teodolito) procura em A Instalação do Medo (Teodolito, 2012) reflectir o “espírito do tempo”, recorrendo a fontes como os jornais e a Internet. Nesta novela (ou romance? Ou peça de teatro? Ou um pouco de tudo?), a linguagem é analisada nos seus componentes essenciais, de forma a enumerar o léxico associado a uma determinada orientação ideológica difundida pelos “agentes do medo” (qualquer corrente política possui, é claro, as suas palavras de estimação). O discurso e os seus efeitos práticos são denunciados por Zink a partir de um registo surreal e por isso mesmo tão realista.

A Instalação do Medo é um livro político (?) de formato prático que nos permite transportá-lo sempre nas nossas malas e gritar passagens em manifestações. Ou então apenas uma exposição do eterno e avassalador poder do medo.

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