E eu?
Só posso agradecer a sorte de não ter caído no desemprego. No final do mestrado em História Contemporânea pela FCSH-UNL, apareceu o meu colega Ricardo Serrado com a ideia maluca de fazer uma história do futebol em Portugal, tendo conseguido o apoio financeiro de uma entidade privada, a Galp Energia, e a cobertura institucional do IHC (após a ruptura da ligação prevista com a FLUL). Mesmo assim, passei a ganhar apenas 400 euros por mês, durante cerca de um ano e meio. De novo por sorte, o tema da minha tese de mestrado (o saneamento no sector educativo) levou a que o professor António Costa Pinto se lembrasse do meu nome para o projecto de investigação “Justiça Política na Transição para a Democracia em Portugal”, dirigido também pelas professoras Maria Inácia Rezola e Irene Flunser Pimentel. Obtive a bolsa de 980 euros mensais reservada pela FCT aos investigadores com o grau de mestre. Sem… nem ambições de comprar coisas como casa, automóvel, mota ou berbequim, a verba revelou-se até agora suficiente, inclusive para poupar alguns euros e esperar o fim da crise. Perante a escassez de saídas profissionais para licenciados em História (o ensino e a museologia nunca me atraíram), a situação está longe de ser das piores. E o futuro? Isso foi ficando cada vez mais distante…
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