Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

sábado, 3 de setembro de 2011

A partir desta hora, não morre mais ninguém

Não sei se o escritor Pedro Garcia Rosado leu os álbuns da Kingpin Books, mas, para lá da homonímia dos inspectores Franco e do género (thriller), as séries C.A.O.S. (BD) e Não Matarás (romances) partilham agora a atenção concedida a personagens russas a viver em Portugal. Garcia Rosado também tem o seu russo “de estimação”, que não se chama Boris Ivanov, mas sim Serguei Tchekhov, um ex-agente do KGB mais conhecido pelo nome de guerra de Ulianov. Criado por Garcia Rosado no livro Ulianov e o Diabo, o ex-KGB regressa em Vermelho da Cor do Sangue (Asa, 2011), o novo volume da colecção Não Matarás, brilhantemente escrito e sempre empolgante. Outra semelhança, mais indirecta, com as pranchas escritas por Fernando Dordio Campos reside no facto de Garcia Rosado remeter igualmente a origem da narrativa para um período da história contemporânea portuguesa, neste caso o PREC. O eventual apoio da União Soviética a um golpe comunista no Portugal de 1975 serve de base à acção. Apesar da premissa não ser muito verosímil, em termos literários revela-se interessante como ponto de partida.

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