Manuel Cerveira
Pereira, o admirável filho da puta que é um dos protagonistas do romance de
Pepetela A Sul. O Sombreiro (D. Quixote, 2011), encontra-se assinalado na
toponímia quer da sua terra natal, Ponte da Barca, quer da cidade angolana que
fundou, Benguela. A Praça Manuel Cerveira Pereira, nas Olaias, perpetua o seu
nome em Lisboa.
Seguindo os passos
de João Paulo Oliveira e Costa, Pepetela inclui no seu romance histórico uma
referência ao Benfica, através “de um escrivão também da nação, Cosme Damião”
(p. 309), que desaparece na mesma página. Um pouco antes, encontra-se um
aparente erro de revisão: “Os portugueses estão interessados em duas coisas
(…). Escravos, marfim e metais (…)”. (p. 292) Quanto à menção profética feita a
Águeda, onde “dois grandes homens virão a nascer, honrando a vila e o nome” (p.
9), se um daqueles que Pepetela pretende homenagear é provavelmente Manuel
Alegre, seu colega no júri do Prémio Leya, não sei a que outra figura o autor
se refere (talvez o futebolista Hernâni).
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