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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Não enjeita por vezes o plebeísmo obsceno

Manuel Cerveira Pereira, o admirável filho da puta que é um dos protagonistas do romance de Pepetela A Sul. O Sombreiro (D. Quixote, 2011), encontra-se assinalado na toponímia quer da sua terra natal, Ponte da Barca, quer da cidade angolana que fundou, Benguela. A Praça Manuel Cerveira Pereira, nas Olaias, perpetua o seu nome em Lisboa. 

Seguindo os passos de João Paulo Oliveira e Costa, Pepetela inclui no seu romance histórico uma referência ao Benfica, através “de um escrivão também da nação, Cosme Damião” (p. 309), que desaparece na mesma página. Um pouco antes, encontra-se um aparente erro de revisão: “Os portugueses estão interessados em duas coisas (…). Escravos, marfim e metais (…)”. (p. 292) Quanto à menção profética feita a Águeda, onde “dois grandes homens virão a nascer, honrando a vila e o nome” (p. 9), se um daqueles que Pepetela pretende homenagear é provavelmente Manuel Alegre, seu colega no júri do Prémio Leya, não sei a que outra figura o autor se refere (talvez o futebolista Hernâni).

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