Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A menina do café chama-se Tatá


Há algumas semanas, foi-me oferecido um exemplar de Fora de Jogo (Caminho das Palavras, 2010), uma compilação de contos sobre futebol de autores lusófonos. O problema é que eu já tinha comprado e lido esse livro há meses. Foi grande a consternação. A única hipótese de remediar a situação era deslocar-me à loja onde o livro oferecido tinha sido comprado nove dias antes, uma livraria longínqua e desconhecida, para trocar o volume por outro. Ocupado com afazeres vários, problemas de visão, leituras profissionais e a criação de desenhos abstractos, fui adiando a expedição. Sentindo-se ultrajada, a pessoa que me tinha dado Fora de Jogo explodiu de ira e garantiu que, se eu não trocasse o livro dentro do prazo legal, a nossa amizade chegaria definitivamente ao fim. Empurrado pela pressão, acabei por descobrir que a livraria em causa não ficava longe do campo de jogos (inaugurado no ano passado) do Grupo Dramático Ramiro José. Consegui encontrar o estabelecimento e trocar Fora de Jogo pela biografia De Gaulle, escrita por Julian Jackson e incluída na colecção de sínteses historiográficas da editora Texto. Entregaram-me os 1,10 euros de diferença entre os preços das duas obras. Antes de sair, ouvi uma das funcionárias da loja afirmar que a abundância de cenas de violência no cenário ribatejano da telenovela Espírito Indomável (TVI) a tinha levado a desviar a sua atenção para Laços de Sangue (SIC).

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