Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

domingo, 10 de outubro de 2010

Onde é que se mija, ó Requinta


A vastidão do livro A Idade da Bola, de João Malheiro (Quidnovi, 2006), com 250 verbetes repartidos por 200 futebolistas portugueses, 30 estrangeiros que jogaram em clubes lusos e 20 treinadores, permite ir além dos nomes mais óbvios. O lirismo da escrita de Malheiro, embora por vezes excessivo, evita a secura de alguns textos meramente informativos sobre o tema. No entanto, o autor faz algumas afirmações inexactas do ponto de vista histórico. Assim, num Sporting – Benfica realizado poucos dias antes do 25 de Abril, ter-se-iam visto “as bancadas a desafiarem o regime, numa vaia monumental dirigida contra a presença de Marcelo Caetano” (p. 254), quando o que aconteceu foi precisamente o contrário, a ponto de se perguntar onde estariam mais tarde as pessoas que saudaram em Alvalade o então Presidente do Conselho. Da mesma forma, é referido na entrada sobre Peyroteo que “A corda com mais música goleadora dos Violinos venceu tudo. Campeonatos em fila. O primeiro tetra de sempre.” (p. 193) Na verdade, Peyroteo retirou-se dos campos em 1949, vindo o Sporting a celebrar o tetracampeonato apenas em 1954.

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