Tem-se falado muito, nos cafés de Cascais, dos pormenores já revelados acerca do argumento do álbum de BD actualmente em preparação Agentes do C.A.O.S.: Nova O.R.D.E.M., de Fernando Dordio Campos, Osvaldo Medina e Mário Freitas. O ponto de partida da nova história da Kingpin Books, um atentado terrorista na estação de metro da Alameda, em Lisboa, é objecto de numerosos comentários por representar a inclusão na BD nacional da possibilidade de Portugal sair da ausência de actos terroristas no seu território existente desde o desmantelamento das FP-25 de Abril. Todavia, outras formas de ficção abordaram já esse cenário. No primeiro episódio da telenovela Sedução (TVI), vemos um terrorista espanhol detonar um carro-bomba na Avenida de Roma, à passagem da comitiva do primeiro-ministro do país vizinho. A hipótese de Espanha “exportar” o seu terrorismo foi também imaginada pela escritora Margarida Rebelo Pinto, no romance Sei Lá (Difel, 1999), onde é alvejado um ministro do governo espanhol presente numa cimeira latino-americana em Lisboa (o político fica gravemente ferido, mas sobrevive), com a colaboração de um basco membro da ETA “infiltrado” junto da protagonista da obra. A presença desta temática na ficção portuguesa evidencia a preocupação geral com o fenómeno terrorista, mas de pouco servirá para prever o futuro, uma vez que os bombistas já mostraram capacidade de fintar as expectativas dos ficcionistas.
Estar num texto, juntamente com Margarida Rebelo Pinto é fantástico. Sinto-me da mesma maneira que senti, quando uma vez fui ao urinol depois de ter lá saído o Manuel João Vieira.
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