Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Bruce Willis é altamente


Para além do ataque de riso (envolvendo vacas e javalis), a presença de José Cid no programa ShowMarkl (canal Q) ficou marcada pela atitude depreciativa do músico em relação à canção Um Grande, Grande Amor, considerada por Cid claramente inferior a outras participações suas no Festival da Canção. Mesmo assim, gosto bastante do tema de 1980, talvez precisamente por ser a misturada de influências de que o autor falou. Quanto aos êxitos de 1983-84 que Cid também “renegou”, Amar como Jesus Amou e Portuguesa Bonita, são de facto momentos infelizes da sua carreira, mas pelo menos tiveram grande retorno a nível financeiro.
Um acontecimento que Cid nunca digeriu bem foi a derrota no Festival da RTP de 1974, onde Paulo de Carvalho obteve com E Depois do Adeus (grande interpretação) o bilhete para a Eurovisão e o prémio extra desse ano, a participação como primeira senha no 25 de Abril. Recorde-se que nessa edição Cid atacou em três frentes, cantando a solo A Rosa que Te Dei e integrando os Green Windows (e não Green Widows, como surge impresso na capa de uma compilação recente) em Imagens e No Dia em que o Rei Fez Anos. Esta última era a principal candidata à vitória, mas ficou-se pelo 2º lugar, para indignação de José Cid, que atribuiu (e atribui) a votação a jogos de bastidores. Para a imprensa da altura, o Festival de 1974 foi fraco, tendo Cid sido zurzido pelo seu fiel “inimigo” Mário Castrim. Em 1978, Cid chegou a interpretar na RTP quatro temas, incluindo O Meu Piano, sem conseguir o primeiro posto. Estava destinado que 1980 seria o ano da cor e do sucesso do cantor ribatejano.
No programa de Nuno Markl, José Cid aproveitou ainda para atacar Tony Carreira, falando de excursões de gente feia e desdentada vinda de Trás-os-Montes para o Pavilhão Atlântico, e revelar que o próximo álbum da “mãe do rock português” se deverá chamar Baladas do Arco-Íris e incluir um regresso a Partindo-se, tema de raiz medieval gravado pelo Quarteto 1111 em 1968.

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