Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Nesta casa não sou mais que um estranho


Na revista Super Foot de Janeiro de 2004, o músico Toy, adepto do Vitória de Setúbal, relembra um desafio ocorrido na sua infância entre o VFC e o Spartak de Moscovo: “o que mais estranhei naquele dia foi a entrada da equipa adversária e o ter sido aplaudida de pé” (p. 54). A reacção do público no Estádio do Bonfim explica-se pelo facto do Spartak, adversário dos sadinos na segunda eliminatória da Taça UEFA de 1971/72, ser a primeira equipa soviética a jogar em Portugal, com o entusiasmo dos espectadores a constituir uma manifestação contra o Estado Novo. Após um empate a zero em Moscovo, os comandados de José Maria Pedroto iriam bater os visitantes por 4-0, assegurando a passagem à eliminatória seguinte.

Membro do Conselho Vitoriano, um órgão consultivo do VFC, Toy expressa na mesma entrevista o seu descontentamento pela atribuição do cargo de seleccionador nacional a um estrangeiro, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, numa altura em que um treinador português (Carlos Queiroz) dirige o Real Madrid. Nas palavras do cantor, “não gosto de dar prazer à minha mulher com o sexo de outro homem. Tem que ser com o meu, mesmo que seja pequenino e mal comportado! Isto é uma forma de eu dizer que, para ser campeão da Europa, gostava que fosse com um treinador que soubesse cantar o hino nacional.” (p. 55)

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