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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Se for preciso lutaremos para não ser livres


Como recordou recentemente, Cavaco Silva praticou atletismo na sua juventude. Mais concretamente, durante a licenciatura, tendo-se inscrito no CDUL e especializado nas provas de barreiras. Em 1962, Aníbal participou na final nacional dos 110 metros barreiras, em Alvalade. Aproveitando a ausência dos atletas do Benfica (em conflito com a Federação), o jovem algarvio obteve o segundo lugar. Por seu turno, Manuel Alegre (oriundo de uma família com tradições no desporto), além dos treinos de tiro e da prática da caça, distinguiu-se na natação. Em O Miúdo que Pregava Pregos numa Tábua (D. Quixote, 2010), Alegre relembra o título de campeão regional do Porto, obtido quando estudava no Liceu Alexandre Herculano. Mais tarde, integrado na equipa da Associação Académica de Coimbra, Manuel disputou na piscina da Praia das Maçãs a prova nacional de 200 metros livres. Apesar dos nadadores do Algés e Dafundo possuírem melhores condições de treino que garantiam uma maior resistência, o atleta da AAC conseguiu manter-se no comando até ao fim.

Ao nível do futebol, Cavaco nunca mostrou grande interesse pelo desporto-rei, embora seja “obrigado”, como os seus antecessores na Presidência, a entregar a Taça de Portugal e assistir a várias partidas da selecção nacional. O clube que lhe merece maior simpatia é o algarvio Olhanense. Alegre é adepto do Benfica, além de manter uma ligação sentimental à Académica de Coimbra. Na obra do escritor, são frequentes referências ao futebol, como no poema sobre Luís Figo que levou o jogador a dizer “Eu não gostei, adorei”. Durante o Euro 2004 e o Mundial de 2006, Alegre escreveu crónicas depois reunidas em O Futebol e a Vida (D. Quixote, 2006). 

Não disponho de informação sobre as ligações ao desporto dos outros candidatos às presidenciais.

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