Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Vais conhecer os teus novos sogros e o teu novo cunhado


Integrado nos Ultras de Portugal (um grupo de apoio à selecção lusa formado por membros de várias claques clubísticas), Daniel Estudante Protásio viajou pela Europa e voou até à Coreia do Sul para assistir ao vivo às participações da equipa nacional em fases finais de competições oficiais. Os diários de cada fase final e um artigo publicado pelo autor numa revista alemã constituem o livro Viagem ao Mundo Ultra. Do Euro 96 ao Euro 2004 (Marginália, 2005). A obra é um misto de autobiografia, livro de viagens, estudo do fenómeno das claques e testemunho de momentos felizes e infelizes da história do futebol português. No que respeita aos “ultras”, Protásio visa transmitir uma imagem positiva dos adeptos indefectíveis de Portugal, fugindo aos clichés e à “barbárie” expressa nos relatos de Fernando Madureira. Criticando comportamentos comodistas (futebol não é cinema), “Danny” encara como verdadeiros adeptos aqueles que vão ao estádio e vivem intensamente o jogo, gritando até à rouquidão e apoiando sem cessar a sua equipa. O tédio e as convenções do quotidiano são esquecidos enquanto o adepto mergulha no ambiente do estádio, sem perder totalmente a sua individualidade. Como recompensa, há a participação nos momentos inesquecíveis da festa da vitória.

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