As Conclusões (Seara Nova, 1973) do III Congresso da Oposição Democrática de Aveiro, realizado em Abril de 1973, incluem considerações sobre o desporto português, discutido pela secção de educação, cultura e juventude do congresso. Os opositores do Estado Novo apontam à ditadura uma concepção do desporto como “forma de alienação de vastas camadas da população portuguesa, pela canalização dos seus interesses, disponibilidades e atenções para o espectáculo desportivo profissionalizado, semi-profissionalizado ou pseudo-amadorístico” (p. 92). Um dos sectores prejudicados pelos objectivos do Estado Novo é o desporto juvenil, escassamente desenvolvido nas escolas devido à falta de professores e instrutores de educação física. Relativamente à estratégia a seguir para democratizar o desporto em Portugal, os congressistas desaconselham um controlo apertado das actividades desportivas pelo Estado. A iniciativa dos clubes e federações seria fundamental para a massificação. Um Conselho do Desporto formado por agentes do sector definiria a política desportiva nacional, que os órgãos estatais se limitariam a aplicar. A democratização a nível social, político e económico do país acabaria por levar a um progressivo desaparecimento do profissionalismo no desporto.
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