quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Cocó para ti!
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Portugal merece Governo CDS
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
What do you get for pretending the danger's not real?
domingo, 26 de setembro de 2010
Eu também quero ir descansar
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Esquece e põe-lhe molho
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Tico, tico, Frederico, vem-me aqui fazer um bico
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Entra, minha menina
Outro Franco da banda desenhada portuguesa é o protagonista do álbum Franco, o Trolha (Polvo, 2002), de Pedro Brito, que inclui duas histórias de oito páginas publicadas originalmente na revista Art Nove em 1994. Desenhado a preto e branco, Franco é um detective particular de óculos escuros e gabardina que tenta ganhar algum dinheiro. Nas suas “aventuras” de recorte policial “cómico-xunga” (na expressão do autor), Franco substitui a pistola por um letal taco de basebol, a que se junta o talento para a porrada de um detective que possui relações tempestuosas com a PJ, na pessoa do inspector Gonçalves. Os confrontos entre Franco e os maus dão origem a linhas de diálogo tão saborosas como “Então baza, xô, fora, pira-te!”, “Lascou-me o taco com os dentes!”, “o longo braço da lei cai-te logo em cima que nem dás por ele”, “É inútil continuarmos com esta perseguição insana!” ou “Vá, ignóbil criatura!”
Hoje somos muitos, amanhã seremos milhões
O futebol feminino não tem uma entrada própria na Enciclopédia Fundamental do Sporting (Prime Books, 2007), de José Goulão, apesar de uma equipa de “leoas” ter sido criada em 1991, durante a presidência de Sousa Cintra. Patrocinada pela gasolineira Cipol e contando com jogadoras como Carla Couto, a equipa de futebol feminino do SCP conheceu durante os seus escassos anos de existência a frustração de não conseguir ultrapassar o então dominante Boavista e alcançar a vitória no campeonato nacional. As dificuldades financeiras atravessadas pelo clube levariam Santana Lopes a extinguir a secção feminina de futebol, juntamente com as modalidades de voleibol, basquetebol e hóquei em patins.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Já libertaram pides e bombistas
Em que ano foi fundado o Futebol Clube do Porto? Existem duas respostas para esta pergunta: 1893 e 1906. O assunto não é propriamente novo, sendo debatido na imprensa desportiva já nos anos 50. A segunda data foi consensual entre os dirigentes do clube, que celebrou as bodas de diamante em 1981, até à publicação da fotobiografia do FCP (D. Quixote, 1987) da autoria de Rui Guedes. A obra apresenta recortes de imprensa e cartas particulares que realçam o papel de António Nicolau de Almeida na criação em 1893 de uma equipa de futebol com jogadores portuenses e ingleses, em actividade através de treinos abertos ao público e do desafio de 1894, patrocinado por D. Carlos, contra o Clube Lisbonense. A questão é saber se esse efémero FCP de 1893-1894, desaparecido sem deixar rasto, possui ligações com o FC Porto fundado por José Monteiro da Costa em 1906. Para Guedes, essa relação de continuidade existe, tanto mais que Nicolau de Almeida e Monteiro da Costa seriam amigos. Outros autores, como o meu colega Ricardo Serrado (História do Futebol Português), consideram abusiva a identificação entre os dois clubes, tendo os homens de 1906 actuado sem conhecer a experiência ocorrida 13 anos antes. O certo é que nem Guedes nem Serrado apresentam provas inequívocas que confirmem uma das posições. O mais correcto, tendo em conta a informação existente, é afirmar que Nicolau de Almeida desempenhou uma acção importante como um dos pioneiros do futebol no Porto, mas a história do FCP como o conhecemos só começou em bases sólidas no ano de 1906. Seja como for, nem a data de 1893 é uma invenção de Pinto da Costa nem o FC Porto é melhor que os clubes de Lisboa por ser presumivelmente mais antigo (as razões são outras).
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Juca Pirama está vivo
A polémica em torno da não atribuição do nome de José Saramago a uma rua do Porto chamou a atenção para a toponímia das cidades. Os nomes escolhidos pelas autarquias para designar o espaço urbano são bastante significativos, embora acabem geralmente por perder impacto junto dos munícipes devido ao seu uso quotidiano. No entanto, a selecção das personalidades (ou acontecimentos, outras cidades, etc.) a colocar nas placas identificativas das artérias reflecte com frequência o contexto político em que ocorre, sendo interessante o estudo das transformações na toponímia provocadas pelas mudanças de regime do século passado. A nomenclatura das ruas não é estática e pode ser contestada. No caso de Lisboa, verificam-se casos de inclusão na toponímia local de figuras de existência histórica duvidosa (Avenida Frei Miguel Contreiras) e de outras que estão longe de constituir exemplos impolutos a seguir, como Agostinho Neto (a rua com o nome do primeiro presidente angolano fica junto à estação do Campo Grande).
sábado, 18 de setembro de 2010
Lisboa 30 graus, Porto 27, Faro 29
Diário de Lisboa, 12 de Dezembro de 1974
Este cavalheiro, Pedro Cabrita de seu nome, passou (infelizmente) pelo desporto português. Foi seleccionador nacional de râguebi, treinou determinada equipa e, além disso, julgava-se um dos “autores” da modalidade entre nós, graças à larga cobertura que recebia em certo sector da Imprensa e através da RTP. Um dia, caiu a máscara: advogado do pide que assassinou Ribeiro dos Santos, descobriu-se que ele pertencia, também, ao famigerado elenco dirigido pelo inefável Silva Pais.
Não chegou a ir parar a Caxias ou a Peniche, para onde atirou dezenas de patriotas. Graças à protecção de certos indivíduos, raspou-se para o Brasil, onde vive perto de amigos de peito. E, enquanto se desvenda que auferia, só como funcionário pidesco, a quantia mensal de 10 contos, o râguebi fica (pelo menos…) limpo deste “devotado” impulsionador.
A propósito: recentemente, veio a lume numa revista quinzenal que havia um pide no râguebi português, nomeando-o, muito erradamente, como sendo Pedro Lince. A verdade está feita: o pide chama-se Pedro, mas é o Cabrita. Este, o da fotozinha. Pedro Cabrita: que esfolava aquele “cabritinho” da António Maria Cardoso, nas horas em que repousava da divulgação raguebística.”
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Um é um génio, o outro é choné
O racismo do cabelo é só dor de cotovelo
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Daqui para outro lado onde possa mexer em ti
Num anúncio da editora Perspectivas & Realidades inserido no jornal oficial do PS, Portugal Socialista, de 18 de Fevereiro de 1976, destaca-se a publicação de O Triunfo dos Porcos (Animal Farm), de George Orwell. A frase publicitária sobre o livro é “A desmistificação do golpismo dos burocratas num livro clássico escrito por um homem de esquerda e que nunca foi tão actual – para os portugueses – como neste momento.”
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Eusébio, menino e senhor
Ponha o seu coiso na minha coisinha
Os actores do elenco da telenovela Deixa que Te Leve que pouco depois começaram a gravar Espírito Indomável são António Capelo, Vera Kolodzig, Melânia Gomes, João Catarré, Mariana Monteiro, Marta Andrino e Sofia Nicholson. Afonso Pimentel, um dos realizadores da novela de Arcos de Valdevez, passou para a frente das câmaras em Coruche.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
O DN é do povo, não é de Moscovo
Na brochura Para um Grande Sportinguista (Texto, 2008), comercializada pelo SCP e que contém em poucas dezenas de páginas o essencial sobre o clube (ou o que este julga ser o essencial), são referidos doze jogadores que, presume-se, serão os mais importantes da história do Sporting: Peyroteo, Jesus Correia, Albano, José Travassos, Manuel Vasques, João Morais, Vítor Damas, Hilário, Manuel Fernandes, Rui Jordão, Ricardo e Liedson. As Botas de Ouro ganhas por Yazalde e Jardel são referidas noutra secção. Quanto aos treinadores, o destaque vai para Joseph Szabo, Cândido de Oliveira, Randolph Galloway (1896-1964), Fernando Vaz, Anselmo Fernandez, Juca, Malcolm Allison, Augusto Inácio, Laszlo Bölöni e Paulo Bento. Seria igualmente interessante que soubéssemos quais foram os futebolistas menos importantes para o clube ou os treinadores que não deixaram uma marca maior que a de um Carlos Carvalhal.
domingo, 12 de setembro de 2010
As bundas a mexer, a temperatura a aumentar
Entre as “personagens” recentes da literatura autobiográfica portuguesa, uma das que compreendo melhor é o José Luís Pinto de Sá de Conquistadores de Almas (Guerra & Paz, 2006): ingénuo, com dificuldades de adaptação, carente de afecto, sem vocação para herói, manipulado e oprimido por gente mais esperta e poderosa. A editora Alêtheia tem publicado “aventuras” de outras figuras interessantes, como Zita Seabra, Pedro Santana Lopes e Maria Filomena Mónica (embora em Bilhete de Identidade a descrição dos sentimentos da protagonista seja tão exaustiva que o leitor pergunta-se o que tem a ver com aquilo). É preciso ter em conta que uma autobiografia cria sempre uma personagem a que o autor procura conferir verosimilhança. No caso de Jorge Nuno Pinto da Costa (Largos Dias Têm Cem Anos), a imaginação chega ao ponto de criar um dirigente desportivo sem apego ao poder. Sobre os livros de Diogo Freitas do Amaral (O Antigo Regime e a Revolução, A Transição para a Democracia, Ao Correr da Memória), é difícil ajuizar porque li apenas alguns excertos, embora seja notável a forma como, entre a emoção, a serenidade e o humor negro, Freitas recorda a noite da morte de Sá Carneiro e Amaro da Costa. Outro dos fundadores do regime, Mário Soares, apresentou as suas memórias (ainda que não as tenha escrito), ou antes, a sua versão da História, através das entrevistas a Maria João Avillez. Seja como for, é ponto assente que o autor português que com maior brilho desenvolve a arte de falar do seu próprio passado, em crónicas e romances, é António Lobo Antunes.
sábado, 11 de setembro de 2010
Partido Socialista, partido marxista
Na entrada “Tetracampeões” do seu ABC do Sporting (Prime Books, 2005), José Goulão escreve que em 1953 “O treinador Randolph Galloway retirou-se para o seu país com a glória de ser, até hoje, o único técnico que ganhou um tricampeonato em Portugal”. É certo que Jesualdo Ferreira ainda não treinava o FC Porto quando estas palavras foram escritas, mas, mesmo falando apenas de três campeonatos ganhos consecutivamente, o feito do inglês Galloway já tinha sido igualado por Bela Guttmann (1958-1961) e Jimmy Hagan (1970-1973). Entretanto, não deixa de ser curioso o azedume com que Goulão critica o súbito desaparecimento da Taça “O Século” (na entrada com este nome) após o Sporting a ganhar pela segunda vez, em 1953. A relutância da família Pereira da Rosa em voltar a gratificar os sportinguistas terá impedido que o SCP recebesse novamente o troféu nas inúmeras vezes que foi tricampeão nacional depois de 1953.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
And everything is green and submarine
O livro História do Desporto em Portugal. Do Século XIX à Primeira Guerra Mundial (Instituto Piaget, 2007), de Homero Serpa, possui grande valor analítico e informativo. A nível do conteúdo, apesar da concentração das primeiras actividades desportivas em Lisboa, não ficaria mal uma maior atenção aos clubes do Porto, passando Serpa ao lado da polémica sobre o ano de fundação do FCP. Sente-se a falta de uma bibliografia, embora o antigo jornalista de A Bola refira geralmente as fontes a que recorre. Quanto à linguagem utilizada, ninguém põe em causa a correcção da escrita e a riqueza do vocabulário do autor. No entanto, uma revisão do texto teria sido muito útil. Podemos encontrar no volume palavras como “alieanava”, “pratricar”, “estangeiro”, “especalizadas”, “as bola”, “biciletas”, “assitência”, “simpesmente”, “holocasuto”, “fott-ball”, “picinas”, “viligiatura”, “tabalho”, “istância”, “inevitávei” ou “inicitiva”.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Vil e déspota, com delírios de grandeza
Diário da República, II Série, Nº 206, 2 de Setembro de 1976
“Por despacho conjunto do Primeiro-Ministro e Ministro da Educação e Investigação Científica de 5 de Agosto último:
Professor Alfredo Carneiro Melo de Carvalho, inspector-geral da Junta Nacional de Educação, a exercer, em comissão de serviço, o cargo de director-geral dos Desportos – cessa as últimas funções a partir da data da publicação no Diário da República. (…)
Secretaria-Geral do Ministério, 30 de Agosto de 1976. – O Secretário-Geral, António Luís de Almeida Machado.”
Diário da República, II Série, Nº 211, 8 de Setembro de 1976
“Por despacho do Ministro da Educação e Investigação Científica de 26 do corrente mês:
Professor de Educação Física Alfredo Carreiro (sic) Melo de Carvalho, inspector-geral da Junta Nacional de Educação – exonerado (…) do cargo de presidente do concelho (sic) administrativo do Fundo de Fomento do Desporto, com efeitos a partir da publicação no Diário da República. (…)
Secretaria-Geral do Ministério, 31 de Agosto de 1976. O Secretário-Geral, António Luís de Almeida Machado.”
domingo, 5 de setembro de 2010
Guerra total à fera fascista
Certos filmes deixam dúvidas sobre como foi possível que, ao ler o argumento, os responsáveis pela obra não tenham pensado logo “isto é estúpido”, “isto não tem piada” ou “isto é um disparate pegado”. Em vez disso, resolveram avançar com a produção, o que se revelaria um grave erro. No caso de Nada Mais que Steve, de Phil Traill, a responsabilidade é sobretudo de Sandra Bullock, que além de protagonizar o filme é uma das produtoras. A longa-metragem lembra um sonho, na medida em que tudo pode acontecer, por mais ilógico e forçado que pareça. A personagem de Bullock, uma “excêntrica” autora de problemas de palavras cruzadas (o filme não menciona o problema actual da concorrência do Su Doku), é sempre mais chata que engraçada, e dos restantes intervenientes, incluindo Thomas Haden Church, nem vale a pena falar. Pelo menos Bullock tornou-se a primeira actriz a receber o Óscar e o Razzie no mesmo ano.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Não dês Cavaco nem enfies o Capucho
“Pelo Dr. Augusto Abreu Lopes foi apresentado na Câmara Municipal de Loures um processo de loteamento urbano para a propriedade denominada “Quinta do Mendes”, loteamento que veio a ser aprovado por deliberação do município de 21 de Setembro de 1970 e a dar lugar ao alvará nº 58, passado por aquela mesma entidade em 1 de Março de 1971.
Considerando que a total execução do loteamento é prejudicial para o desenvolvimento ordenado da zona onde se integra e para o harmónico ordenamento do território;
Considerando que o crescimento urbano da zona de Odivelas não tem servido as populações existentes, antes criou um imenso dormitório, em que as carências de infra-estruturas urbanas e de equipamento social são das mais graves de todo o concelho;
Ao abrigo do disposto no artigo 2º do Decreto-Lei nº 511/75, de 20 de Setembro (…), determino o seguinte:
a) Que fique suspensa a validade do alvará de loteamento acima citado na parte que se refere à execução das células G-6 e G-7;
b) Que tal suspensão cessará na data que vier a ser fixada por deliberação da Câmara Municipal de Loures.
Secretaria de Estado da Habitação e Urbanismo, 16 de Julho de 1976. – O Secretário de Estado da Habitação e do Urbanismo, Manuel Taveira Pinheiro Guimarães Serôdio.”