É muito importante que Nuno Markl inclua no livro da Caderneta de Cromos (Objectiva, 2010) um texto sobre Um Grande, Grande Amor, o tema com o qual José Cid ganhou em 1980, após várias tentativas falhadas, o Festival RTP da Canção. Na “análise” que Markl faz dos momentos televisivos ligados à música perfeita para um festival da canção, falta, porém, uma referência à T-shirt preta usada por Cid debaixo do kispo verde, a qual tinha bordada a palavra “Cid” (nos coros, Zé Nabo e Ramon Galarza também possuíam T-shirts personalizadas). A roupa mais formal usada depois pelo cantor no Festival da Eurovisão, combinada com a peruca e os vastos óculos escuros, dar-lhe-ia um aspecto no mínimo invulgar.
São numerosas no livro as referências a Cid e a canções de sua autoria, num interesse de Markl pela figura da “mãe do rock português” que raia a obsessão (depois sou eu que sou obcecado). Isto pode dar a entender que Cid, tal como outros “cromos”, é um produto que esteve muito na moda mas depois desapareceu e tornou-se irrelevante, recordado apenas por nostálgicos. Nada mais falso, já que José Cid é, obviamente, um “cromo” de ontem, hoje e amanhã.
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