A polémica em torno da não atribuição do nome de José Saramago a uma rua do Porto chamou a atenção para a toponímia das cidades. Os nomes escolhidos pelas autarquias para designar o espaço urbano são bastante significativos, embora acabem geralmente por perder impacto junto dos munícipes devido ao seu uso quotidiano. No entanto, a selecção das personalidades (ou acontecimentos, outras cidades, etc.) a colocar nas placas identificativas das artérias reflecte com frequência o contexto político em que ocorre, sendo interessante o estudo das transformações na toponímia provocadas pelas mudanças de regime do século passado. A nomenclatura das ruas não é estática e pode ser contestada. No caso de Lisboa, verificam-se casos de inclusão na toponímia local de figuras de existência histórica duvidosa (Avenida Frei Miguel Contreiras) e de outras que estão longe de constituir exemplos impolutos a seguir, como Agostinho Neto (a rua com o nome do primeiro presidente angolano fica junto à estação do Campo Grande).
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