Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O desencanto é tão seco como a luz que me rodeia


Diário de Lisboa, 22 de Janeiro de 1977

Mário Castrim: “(…) Primeiro foi aquele programa desportivo (Momento Desportivo), com apresentador excessivamente loquaz e nervoso. Em discussão o futebol. Projectos de alteração às leis, ainda em regime de experiência. Meia hora, ai que bom! Ai que bom, futebol! Pois claro, como dizia o outro: o que nós queremos é bola...
Além do apresentador, vieram os senhores Américo Barradas, que é arbitro; Fernando Vaz, que é treinador; e Toni, que joga.
Como já disse, foi uma grande jogatana! Ah, futebol de um raio que assim é que é falar! Que saudades eu já tinha de ouvir futebol na televisão, discussões, teses, antíteses, profundos blá-blás! Parece que me sinto transportado aos tempos do Lança Moreira!
Parece que há para aí uns problemas, não sei quê independência nacional, não sei quê Reforma Agrária, não sei quê os rendeiros do Norte em luta pela aplicação da Lei do Arrendamento. Mas o que é isto, sim, o que é isto comparado com o futebol?
Não há direito ser só meia hora. Protesto. Os portugueses exigem pelo menos quatro horas de futebol por dia. (…)” (p. 15)

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