Diário de Lisboa, 2 de Outubro de 1976
Crítica de Jorge Leitão Ramos ao filme Um Dia de Cão, de Sidney Lumet (p. 14)
“ (…) Não é por colar dois planos perfeitamente, ou por dirigir bem actores, ou por saber os truques do ritmo magnético e sonoro, que Lumet se revela como um dos mais exemplares cineastas liberais americanos. Mas exactamente porque faz passar o seu ponto de vista ideológico de forma quase deslizante, sem recorrer a personagens-tipo ou a chavões. É a própria desenvoltura da acção, a própria alternância comédia-drama, o próprio delinear dos personagens que já contém em si, e de forma acabada, a ideologia liberal. Ou seja, este filme (este cinema) nunca está puramente a constatar, está a cada momento a opinar (isto passa-se aliás em todo o cinema, mas aqui atinge um expoente de perfeição). (…)”
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