Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O que os malhados merecem é as caras esfoladas

O inquérito realizado em Março de 1964 pela Juventude Universitária Católica junto dos alunos do ensino superior português, então concentrado em Lisboa, Coimbra e Porto, inclui as questões mais variadas, que constituem por si só um inventário das preocupações da época. Os resultados da sondagem (publicados em livro em 1967) incluem respostas sobre o consumo de produtos culturais. No caso dos jornais desportivos (pp. 253-254), 75,7% dos inquiridos declararam não os ler, com a percentagem a subir para 93,9% entre as mulheres (apenas 64,4 entre estudantes do sexo masculino). Os restantes discentes universitários, que compram uma ou mais publicações de temática desportiva, referem ler os jornais A Bola (18,7% do total dos inquiridos), Mundo Desportivo (10%), Record (4,3), Sporting (0,8), O Benfica (0,7), O Norte Desportivo (0,5), Motor (0,1) e o francês L’Équipe (0,1). No caso dos alunos da Universidade do Porto, O Norte Desportivo sobe para 18,9% (mais que A Bola, com 18,3), costumando ser adquirido pelos estudantes juntamente com um ou dois periódicos de Lisboa. O inquérito não detecta nenhum leitor de O Benfica na academia portuense, embora sejam muito poucos os alunos que afirmam ler o órgão do FCP, O Porto.

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