Encontrar algo útil no meio da tralha é parte essencial do trabalho de um historiador.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Good to be ugly after all

Desconheço os fundamentos para que Luís Miguel Pereira tenha incluído José Saramago na lista de celebridades que “nunca esconderam” o seu afecto pelo SLB (Bíblia do Benfica, 2009). Sei de apenas duas situações em que o autor de Todos os Nomes foi associado ao futebol. Numa entrevista concedida em 1998 a Afonso de Melo (que este refere em A Lenda de Jorge Bum!, 2003), Saramago confessa o seu desconhecimento do mundo do futebol, que o impediria de abordar o desporto-rei nos seus romances. Por outro lado, na crónica “Que voltem os gregos!” (publicada em Folhas Políticas, 1976-1998, 1999), o futuro Prémio Nobel, após ter assistido pela televisão ao Mundial de 1986, afirma-se saturado de “grandes penalidades, lançamentos laterais, dribles, pontapés de canto e mãos de Deus antigas e modernas”, tendo compreendido que o futebol “é um sucedâneo da guerra”. Não me recordo se entre os acontecimentos de 1936 enumerados em O Ano da Morte de Ricardo Reis está a vitória do Benfica na I Liga.

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